segunda-feira, 29 de agosto de 2016



JARDIM
Um solo poético para crianças

Pode-se dizer, sem dúvida, que criança e poesia pertencem ao mesmo universo. A conexão é imediata. Ambas caracterizam-se pela imaginação, fantasia, sensibilidade e afetividade. A capacidade de construir e desconstruir o mundo. Por isso, é que a poesia mexe tanto com o imaginário da criança, porque as duas possuem a mesma natureza criativa.  Na verdade, a poesia é o brincar que as crianças tanto gostam, só que com as palavras. Fortalecer esta ponte feita das delicadezas de dois mundos foi o que inspirou a montagem do espetáculo Jardim, da Tecer Teatro - Arte, Educação e Cultura.  A peça é um solo poético voltado para crianças, mas que deseja alcançar pessoas de todas as idades.
A estreia será no dia 28 de setembro para público dirigido de escolas públicas. Serão 12 apresentações gratuitas para alunos da rede pública e entidades assistenciais. As apresentações para público espontâneo irão acontecer nos finais de semana do mês de outubro de 1º a 23, aos sábados e domingos, às 16h, no Espaço Excêntrico (Mauro Zanatta), em Curitiba. Visando melhor aproveitamento e entendimento do trabalho, o projeto prevê também ensaio aberto, no dia 21 de setembro, dirigido aos professores da rede pública de ensino.
Jardim conduz o espectador a uma viagem pela existência, contemplando a vida, a passagem do tempo, numa atmosfera de sonho. Aborda questões sobre o viver e o morrer, a partir da natureza, tendo um jardim abstrato como espaço para vivenciar tais processos: nascer, brotar, crescer, dar frutos, voltar a ser semente.
“Nossa intenção com este trabalho é provocar os sentidos, estimular o gosto pela palavra, promover conexões e convidar a criança a um mergulho em infinitas possibilidades”, revela Fabiana Ferreira, atriz, produtora e empreendedora do projeto.
O poeta Manoel de Barros é referência forte no trabalho, a ideia da montagem surgiu no ano em que ele faleceu, 2014. Além de ter uma empatia especial para tudo o que envolve a criança, o escritor sublinha a estreita dimensão dos seres humanos diante da natureza. Além disso, desautomatiza o olhar distraído frente ao universo. “Adulto é aquele que deixou os olhos acostumados. Já a criança inventa mundos, tem a vista arregalada”, cita o texto da peça escrito por Carolina Santana. “Ele dizia que todos nós temos um bauzinho da infância, uma caixinha, uma espécie de cofrinho onde ficam guardadas nossas primeiras impressões, os primeiros cheiros, os primeiros ruídos do vento e das folhas caindo. Crianças gostam de cheiros, de música, de ruídos, de brincar com as palavras, de fazer poesia”, aponta a diretora Cristine Conde que também assina cenário e figurino.
Embora a palavra tenha sido a fonte de inspiração do projeto, o corpo em Jardim tornou-se também veículo forte de expressão. “A Fabiana, além de atriz, é bailarina, com uma enorme capacidade corporal, potencialidades que foram base de criação do espetáculo. Criamos um terrário, um jardim fantástico. Uma partitura de imagens, sons e movimentos com grande impacto visual. Um espetáculo sensorial, artesanal, delicado, que quer envolver a criança em um universo poético, para falar de coisas reais, conta a diretora. Minha função foi costurar tudo isso”, conclui.



Este projeto é uma realização da Tecer Teatro e foi incentivado pela CAIXA por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.
Serviço:
O quê: Peça Teatral Jardim
Quando: 1º a 23 de outubro de 2016 (sábados e domingos)
Que horas: 16h
Onde: Espaço Excêntrico (Mauro Zanatta)
           Endereço: Rua Lamenha Lins, 1429 - Rebouças
           Telefone: 41 3332 4361

Quanto: R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada)
Classificação: Livre
Duração: 40 minutos
Realização: Tecer Teatro – Arte, Educação e Cultura

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